Diferente da primeira, Thor e Loki: Blood Brothers, não adapta diretamente nenhum arco de história ou minissérie dos quadrinhos. Em vez disso, toma emprestado o nome Contos de Asgard de uma série de histórias curtas produzidas por Stan Lee e Jack Kirby e que apresentava fatos da cronologia Thor anteriores a seu exílio na Terra.
Thor: Contos de Asgard, o desenho, faz o mesmo e concentra-se numa aventura do jovem Deus do Trovão e seus amigos em busca da lendária espada de Surtur na terra dos Gigantes do Gelo.
Pelos trailers divulgados e pela época em que se passa a história, dava a impressão de que o desenho iria adaptar a minissérie Thor: Filho de Asgard, de 2004, escrita por Akira Toshida e desenhada brilhantemente pelo brasileiro Greg Tocchini. Antes tivesse sido.
A nova animação da Marvel tem qualidades. A direção de Sam Liu (das ótimas All-Star Superman, LJA: Crise nas Duas Terras e tantas outras da DC) garante o ritmo e a qualidade técnica.
O “problema” de Contos de Asgard é de publico-alvo. Da mesma forma que a HQ Filho de Asgard, o desenho é sobre uma aventura de crianças; diferente dela, é uma aventura PARA crianças. Isso fica evidente principalmente na opção pela estética dos animes e pelas gags inocentes.
Fica claro que a intenção da Marvel com esta animação foi fazer a ponte entre o público infantil e o Thor do cinema. O elenco principal, além de Thor, Loki e Odin, tem Fandral, Volstagg, Hogun e Sif (e nada de Balder); os adversários dos jovens guerreiros são os Gigantes do Gelo; e Loki, ainda sem conhecer sua origem adotiva, é o melhor amigo de Thor.
É por isso que o “problema”, aqui citado, está este entre aspas. Se o leitor aprecia este tipo de trama descompromissada e pueril, certamente vai gostar de Contos de Asgard; se não, certamente seus filhos e sobrinhos gostarão.