quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

DataTársis Informa: O gibi e a educação

Por Társis Salvatore

Há muito tempo, em uma galaxia muito distante, um doutor norte-americano paranóico e preconceituoso disse ao mundo que os gibis eram prejudiciais às crianças. Como uma mentira repetida dez vezes se torna uma verdade, essa baboseira demorou anos para ser derrubada.

Felizmente, a verdade apareceu.

Muita gente que nos honra lendo este blog aprendeu a ler com gibis. Porque os gibis são uma delícia de ler, são divertidos, emocionantes e autoexplicativos.

O preconceito acabou - ao menos o oficial - o que não é pouca coisa. O potencial educacional dos gibis já era flagrante desde os idos de Adolfo Aizen (criador da Ebal), um dos grandes visionários dos quadrinhos. Hoje, várias publicações nacionais, inclusive documentos oficiais como os Referenciais Curriculares para a Educação Infantil e os Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental (publicados pelo Ministério da Educação), apontam sugestões para o trabalho com as histórias em quadrinhos em sala de aula.

São sugestões que envolvem a utilização de gibis em atividades variadas e para diferentes disciplinas, já que os quadrinhos são muito atraentes para as crianças. Enquanto recurso didático, os gibis oferecem uma leitura fácil e não exigirem mediadores técnicos para a sua leitura. As crianças se identificam com seus heróis, com as aventuras que eles vivem e aprendem mais fácil.

Sim, gibi é entretenimento. E tem forma mais tranquila de educar uma criança, ensinando histórias e valores do que através do entretenimento?

Doutor pela Facultad de Ciencias de la Información da Universidad Autónoma de Barcelona, Mendes M.R.S lista três possibilidades interessantes de utilização didática das histórias em quadrinhos:

1) A análise crítica das histórias feita em conjunto com a criança;

2) O incentivo à criação de histórias em quadrinhos pela própria criança expressando a sua visão de mundo particular, o que poderia ser feito pelos professores de língua, arte e história; e

3) A utilização das histórias em quadrinhos como um meio de expressão e conscientização política.

A conta é simples. Crianças que leem têm mais chances de se tornar adultos leitores. E adultos leitores, têm mais chances na vida. Porque por melhor que seja uma educação, ler por prazer ainda é uma referência para ser alguém melhor na vida e se divertir muito, muito mais.

Leitores são, no mínimo, pessoas mais interessantes. Dominam diferentes assuntos, tem grande capacidade crítica, são mais perspicazes e a maioria deles tem a fantasia no coração.

Muitos que começam a ler com gibis acabam lendo livros e mantêm o hábito de leitura. Estimule seu filho a ler gibis, depois livros etc. Se você é um professor ou está consciente do poder da educação, presenteie as crianças com gibis.

A educação de um filho é a maior herança que um pai pode deixar.

Referência bibliográfica
Mendes, M.R.S. (1990/1) El Papel Educativo de los Comics Infantiles: (Análisis de los Estereotipos Sexuales). Tese de Doutorado, Facultad de Ciencias de la Información da Universidad Autónoma de Barcelona, Barcelona.

2 comentários:

Anônimo disse...

Társis, que bacana esse texto.

Eu sou um caso de leitora depois de velha, mas sei que é raro. Acho que o grande problema é que a leitura fica meio de lado quando tem que concorrer com os recursos multimídia.

O problema é que tudo que surge como multimídia nasce como um simples texto numa folha branca, né?

De repente as crianças precisam saber disso também.

Beijo grande

Gi!

Anônimo disse...

O gibi é um principio, uma boa forma de fmomentar a leitura. Desde que a criança cresça e não pare por ai. Em todo caso, os gibis de temática adulta compensam muito, sobretudo o Will Eisner.