segunda-feira, 2 de março de 2009

5 Perguntas para Linc Nery

Publicitário e quadrinhista, Linc Nery garante que criou Jou Ventania quando tinha seis anos de idade. À medida em que foi amadurecendo, promoveu mudanças no personagem até chegar ao visual e mitologia atuais.

O fanzine de Jou Ventania foi publicado em 1997 pela Editora Méyer; mais recentemente, saiu em formato virtual pela HQNado e Senarte Editora, de Francinildo Sena. Sua origem foi recontada numa nova “revista publicitária” lançada no mês passado pela NG Brasil Publicidade e disponível para compra pela Internet.

Linc Nery responde as 5 Perguntas do Papo de Quadrinho desta semana:

1) O Universo de Jou Ventania é bastante amplo. Do que ele é composto?
A história trata de equilíbrio. Jou Ventania sabe que não pode limpar a cidade ou o país, isso é algo muito maior do que uma capa e uma máscara. Ele apenas quer manter o equilíbrio que rege o luxo e o lixo, o bem e o mal. O principal ambiente é a cidade de Vencesleng, uma versão turbinada e caricata do Rio de Janeiro, um lado mais de quem vive na zona norte e oeste, pouco divulgadas pelas mídias.Como personagens de destaque temos o próprio Jou Ventania, a namorada Danielle e o maior rival Enigma. Mas tem outros como os vilões Nilson Dornelles, Trapaça, Feiticeira, Nariz de Aço, a facção criminosa G.D.F e aliados que surgirão, como a Cripta e o Demonsix. Importante é dizer que em Jou Ventania nada é o que parece e o status quo está sempre em mudança.

2) Você criou o Jou Ventania com seis anos, certo? Normalmente, esse tipo de criação é abandonado como "coisa de criança". O que fez com que você não só mantivesse como também aperfeiçoasse o personagem?
O personagem parece querer dizer alguma coisa. Eu já tentei abandoná-lo várias vezes; no ano passado estava disposto a fazer isso, por exemplo, mas sempre acontece alguma coisa na minha vida, que me faz retornar a ele, e nesse processo, Jou Ventania parece evoluir um pouco mais.

3) Explique melhor esta proposta de "revista em quadrinho publicitária". Tem relação apenas com anúncios ou você colocaria o personagem/história a serviço de um cliente/marca?
Eu estou me formando em publicidade, mas já faço trabalhos profissionais. A idéia é ilimitada. Nesse primeiro momento, a revista é usada como uma mídia para anunciantes, mas nada impede que o personagem se torne um "garoto-propaganda". Eu já utilizei um outro personagem, o Jucal, num trabalho publicitário para um cliente anos atrás.

4) Como surgiu a idéia de montar uma galeria do Jou Ventania desenhado por vários artistas? Como o norte-americano Norm Breyfogle chegou até você?
Surgiu como uma coleção minha. Aí, no fim do ano passado, eu pedi mais trabalhos a outros colegas e, apesar de alguns não terem participado, o resultado ficou muito bacana de se ver, sendo que alguns trabalhos serão usados como capa das revistas do Jou. A capa do numero 1 surgiu assim. De qualquer forma, a Galeria também está presente na revista. Eu tenho alguns amigos nos Estados Unidos e um deles me passou o contato do Norm. Eu expliquei para ele sobre a galeria e enviei duas imagens do herói. Norm gostou tanto que nos brindou com essa arte bacana. Mas, para mim, todas as que estão na Galeria têm o mesmo valor. Um imenso valor.

5) Se fosse escrever uma história do Jou Ventania com algum outro personagem do quadrinho nacional, qual seria ele? Como você imagina esta história?
Bom, tem vários. Eu estou sempre disposto a trabalhar em equipe pelo bem maior das HQs nacionais. Na verdade, já tem algo pronto, que todos devem ver muito em breve...

Veja como adquirir Jou Ventania #1 aqui.

A galeria completa e o universo de Jou Ventania estão aqui.

Um comentário:

Anônimo disse...

Fico feliz de ver iniciativas como essa sugindo. A produção do quadrinho tem de ser incentivada mesmo aqui. Uma das coisas que falta para que esse tal mercado que muitos esperam de braços cruzados aconteça e muitos que estão com braços cruzados arregaçarem as mangas e começar a fazer alguma coisa. Por outro lado sou contraio a ideia de produzirmos herois de capa e mascara....acho que a ideia não cola aqui no brasil...e muito do que se faz e um produto rotulado do que vem de fora...pra mim o caminho não é esse, mas respeito quem queira seguir por ele.

Abraço!