sexta-feira, 11 de junho de 2010

Papo de Quadrinho viu Príncipe da Pérsia: As areias do tempo

O filme inspirado no famoso game dos anos 90 - que acabou virando uma graphic novel também - estreou no Brasil no começo de junho e arrecadou US$ 3,4 milhões nos primeiros dias de exibição. Nada mau. A história utiliza elementos da trilogia de jogos Sands of Time, um segundo revival de Prince of Persia lançado no início dos anos 2000.

Na trama, Dastan (Jake Gyllenhaal) é um menino de rua adotado pelo rei Sharaman. Anos mais tarde, ele ajuda o irmão adotivo e príncipe Tus a ocupar a cidade sagrada de Alamut. Logo depois, é envolvido numa conspiração e acusado de assassinar o rei Sharaman.

Dastan foge na companhia da princesa de Alamut, Tamina (Gemma Arterton), carregando consigo um espólio da invasão: uma misteriosa adaga. Ele logo descobre que, quando manipulado, o artefato libera as “areias do tempo” e permite a seu portador voltar ao passado.

Com o desenrolar da trama, Dastan fica sabendo que o cerco a Alamut foi um engodo de um traidor da corte para tomar posse não só da adaga mas também da fonte das areias do tempo, o coração da cidade, uma força tão poderosa que, se libertada, pode destruir o mundo.

Príncipe da Pérsia tem ritmo de videogame: ágil a maior parte do tempo e truncado em alguns momentos. O filme tem menos efeitos especiais do que se poderia esperar; em vez disso, o diretor Mike Newell (Harry Potter e o Cálice de Fogo) optou por abusar de um dos recursos mais conhecidos do game: o parkour – espécie de esporte em que o jogador utiliza os obstáculos do ambiente para se mover.

Isso faz com que as cenas de perseguição e luta, repletas de acrobacia, sejam o que o filme tem de melhor. A trama é boa e tem tudo que se espera desse tipo de filme: humor, romance, intrigas palacianas, honra.

Como sempre, a atuação de Alfred Molina (Sheik Amar) e Bem Kingsley (Nizam) é marcante. Já Gyllenhaal é um ator com poucos recursos dramáticos, mas se agarra com afinco ao papel e consegue passar alguma simpatia.

Príncipe da Pérsia: As areias do tempo não chega a ser um filme ruim. É só descartável, cinema pipoca. Sessão da Tarde pura – o que não chega a ser um defeito.

Talvez isso explique o fraco desempenho do longa nas bilheterias: US$ 65 milhões nos Estados Unidos e mais US$ 166 milhões no restante do mundo. É pouco se comparado aos US$ 200 milhões investidos na produção.

Com este resultado, é pouco provável que Príncipe da Pérsia vire uma trilogia igual à dos games, como sonhavam os produtores.

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