quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Preview de Yeshuah 2: Entrevista com Laudo

Anunciado para sair em setembro, pela Devir, o segundo volume da obra de Laudo Ferreira Jr., O círculo interno o círculo externo, acaba de ter a capa de algumas páginas liberadas na Internet (veja animação abaixo).

Laudo conversou com o Papo ode Quadrinho sobre esta continuação do trabalho mais autoral de sua extensa e prolífica carreira:

1)A primeira parte de Yeshuah vai até o batizado de Jesus. Qual o período que o segundo volume abrange?
Ela começa a partir do final da primeira parte, com Jesus passando por um trabalho pessoal de vários dias no deserto, pelas suas primeiras pregações, como as pessoas o recebem, como entendem essa sua mensagem, a formação do grupo de seguidores, os primeiros sinais de incômodo que sua figura e suas palavras provocam à alta casta de sacerdotes hebreus em Jerusalém. Nessa continuação, o grande destaque, acredito, são os seus seguidores, ou os apóstolos dentro da visão católica, a personalidade de alguns e suas relações com Jesus.

2) Pode-se dizer que a vida adulta de Jesus é bem documentada por meio dos evangelhos. Foi mais fácil escrever esta segunda parte do que a primeira, que trata de um período inclusive anterior ao nascimento?
Existem inúmeras versões, documentos apócrifos e canônicos sobre a vida “pública” de Jesus. Obviamente, nada comprovado. Porém, como elementos para a composição do roteiro dessa segunda parte, são intermináveis. Os apócrifos, como o Evangelho de São Tomé, trazem uma nova luz sobre a personalidade e mesmo as idéias de Jesus e coisas assim tiveram um grande peso para mim. Mas em “O círculo externo o círculo interno” estou um pouco mais descompromissado da base canônica, diferente da primeira parte, e por já ter uma maior “intimidade” com os personagens pude criar algumas coisas um pouco mais livres e mesmo trabalhar até mais no psicológico de alguns personagens e do próprio Jesus. Na verdade, Assim em cima assim embaixo (o primeiroo volume de Yeshuah) é um prelúdio, a grande aventura de Yeshuah começa agora nessa segunda parte.

3) Um ano depois de lançado, há como avaliar a aceitação de Yeshuah pelos leitores?
Acredito eu que foi muito boa. Inicialmente, logo que saiu, muitos torceram o nariz: “Hmm, história de Jesus?!”, mas por fim acabaram entendendo qual é a do quadrinho.

4) Você sofreu críticas por parte de grupos de leitores mais religiosos em razão de sua visão muito pessoal de Jesus?
Sim. Nada excessivo, mas houve. Vi em alguns sites religiosos muita gente me chamar de oportunista, de alguém querendo pegar carona no assunto para “aparecer” ou mesmo me chamando de incrédulo por “humanizar” a figura de Jesus e consequentemente Maria, sua mãe, por exemplo. Recebi e-mail de pessoas indignadas da forma que retratei Maria. Enfim, como disse, nada excessivo.
Respeito essas opiniões e principalmente a visão que têm de Jesus. Não estou procurando impor nada, apenas contando uma visão pessoal e, se a intenção desde o início não foi banalizar a figura de Jesus e o que disse (mesmo com lapidações da igreja), é porque acredito nele também, só que minha forma de crer é outra. Mas é importante dizer que Yeshuah é uma saga espiritual e humana desvinculada de qualquer pensamento religioso, por isso, procura ser sincera por si.

5) Qual a previsão de lançamento da terceira e última parte? A obra será concluída em que passagem da vida de Jesus?
No momento estou desenhando e o Omar Viñole arte-finalizando a última parte (sem título ainda). A idéia é terminá-la e lançar em 2011. A terceira e última parte vai até a morte de Jesus. Muitas pessoas já me questionaram se irei mostrar sua ressurreição ou como irei tratar isso. Inicialmente, quando comecei a trabalhar na HQ, essa questão ficou durante muito tempo na minha cabeça, pois há o que acredito e há o que rende bacana como roteiro e imagem. Como juntar isso? Dentro de todo um trabalho pessoal que desenvolvo com minhas crenças e trabalhos espirituais, cheguei já a uma conclusão para essa saga, acredito, de uma maneira mais sincera e honesta possível. Resta saber o que os leitores irão achar. Porém há um bom caminho ainda até isso acontecer.

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