Fui convidado por alguns colegas para indicar minhas 10 melhores HQs do ano (assim que as listas forem publicadas, divulgo aqui). Não foi uma tarefa fácil, considerando o número de bons lançamentos neste ano que, tanto aqui quanto lá fora.
Porém, não tive dúvida sobre o primeiro lugar: Cicatrizes, de David Small, da editora Leya/Barba Negra.
Justifico:
Poucas vezes vi um domínio da narrativa de quadrinhos tão perfeito. No livro, de 336 páginas, o autor concentra-se na infância difícil em Detroit e na cirurgia para extração de um tumor maligno na garganta que o deixou temporariamente sem fala e com as cicatrizes do título.
A trama em si é carregada, densa, claustrofóbica. Small, um garoto sensível e imaginativo, precisou conviver com a mãe recalcada, o pai ausente, o irmão mais velho e a avó maluca.
Sua fuga se dava em sonhos e fantasias inspirados em Alice no País das Maravilhas, magistralmente retratados numa fusão com a dura realidade – evidenciando que, para o pequeno David, tratava-se do mesmo mundo.
O autor usa uma técnica que convida o leitor a entrar na história. A sequência de abertura, por exemplo, parte de um plano panorâmico até chegar à porta entreaberta de sua casa, e daí para a sala, a cozinha...
Os balões e recordatórios são raros e precisos. Cicatrizes lembra um filme mudo –uma metáfora do período em que o autor perdeu a voz . As imagens são praticamente o único suporte para o entendimento da trama e, como tal, precisam traduzir tanto o mundo externo quanto o interior do personagem.
É aí que David Small esbanja o tal domínio da técnica a que me referi. Os desenhos – alguns inclusive não finalizados – são ricos em expressões faciais e corporais.
David Small acabou por superar tudo isso e se tornou um homem realizado e um grande artista. Cicatrizes não é uma biografia; é um sensível retrato de um homem que poderia ter se perdido em suas próprias frustrações, mas hoje é capaz de olhar para dentro de si e expurgar tudo isso numa obra de arte.
Imperdível!
Porém, não tive dúvida sobre o primeiro lugar: Cicatrizes, de David Small, da editora Leya/Barba Negra.
Justifico:
Poucas vezes vi um domínio da narrativa de quadrinhos tão perfeito. No livro, de 336 páginas, o autor concentra-se na infância difícil em Detroit e na cirurgia para extração de um tumor maligno na garganta que o deixou temporariamente sem fala e com as cicatrizes do título.
A trama em si é carregada, densa, claustrofóbica. Small, um garoto sensível e imaginativo, precisou conviver com a mãe recalcada, o pai ausente, o irmão mais velho e a avó maluca.
Sua fuga se dava em sonhos e fantasias inspirados em Alice no País das Maravilhas, magistralmente retratados numa fusão com a dura realidade – evidenciando que, para o pequeno David, tratava-se do mesmo mundo.
O autor usa uma técnica que convida o leitor a entrar na história. A sequência de abertura, por exemplo, parte de um plano panorâmico até chegar à porta entreaberta de sua casa, e daí para a sala, a cozinha...
Os balões e recordatórios são raros e precisos. Cicatrizes lembra um filme mudo –uma metáfora do período em que o autor perdeu a voz . As imagens são praticamente o único suporte para o entendimento da trama e, como tal, precisam traduzir tanto o mundo externo quanto o interior do personagem.
É aí que David Small esbanja o tal domínio da técnica a que me referi. Os desenhos – alguns inclusive não finalizados – são ricos em expressões faciais e corporais.
David Small acabou por superar tudo isso e se tornou um homem realizado e um grande artista. Cicatrizes não é uma biografia; é um sensível retrato de um homem que poderia ter se perdido em suas próprias frustrações, mas hoje é capaz de olhar para dentro de si e expurgar tudo isso numa obra de arte.
Imperdível!
Um comentário:
Opinião: vc poderia por links de sites que vendem essas HQs, ainda mais de editoras "pequenas" ou "novas" no mercado. A maioria só vende PANINI! Um saco!
Poderia por também os sites que estão com promoções da HQ rsrsrsrs
Abraço!
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